Com a expansão do ensino online e a conexão de estudantes e professores a redes educacionais de locais remotos, os cibercriminosos agora têm mais pontos de entrada para explorar, exercendo uma pressão adicional sobre as escolas.
Complicando ainda mais a situação, muitas instituições de ensino possuem recursos limitados para investir em segurança de dados, tornando-as mais suscetíveis a ataques cibernéticos. Muitas delas não conseguem arcar com a contratação de especialistas técnicos de ponta para gerenciar e proteger seus dados, ou adquirir as mais recentes ferramentas de segurança. No entanto, é importante lembrar que o mercado oferece soluções eficazes com uma excelente relação custo-benefício.
A Sophos divulgou um novo relatório, chamado The State of Ransomware in Education 2023, que revela que o setor da educação teve o maior índice de incidentes de ransomware em 2022. No ano passado, 79% das organizações de ensino superior avaliadas relataram ter sido alvo de algum ataque desse tipo, enquanto 80% das organizações de ensino fundamental e médio também foram visadas – representando aumentos de 64% e 56%, respectivamente, em comparação com 2021.
Além disso, o segmento registrou uma das maiores taxas de pagamento de resgate no último ano, com mais da metade das instituições de ensino superior (56%) optando por pagar. O mesmo ocorreu com organizações de ensino médio e fundamental, atingindo 47%.
Segundo o estudo, o pagamento desses resgates resultou em um aumento significativo nos custos totais de recuperação de dados para ambos os tipos de organizações. Universidades, por exemplo, desembolsaram US$ 1,31 milhão em resgates para recuperar suas informações, enquanto aquelas que não cederam ao ransomware gastaram US$ 980 mil em backups. No caso das escolas, as que pagaram o resgate precisaram desembolsar US$ 2,18 milhões, enquanto as que optaram por não pagar gastaram US$ 1,37 milhão para remediar os ataques.
O setor da Educação enfrenta uma ameaça significativa de ransomware
A realidade no Brasil não é diferente. Os ataques cibernéticos ao setor de educação/pesquisa no mundo aumentaram 114% de 2021 a 2022, e no Brasil, o crescimento foi de 122% em julho de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados da Check Point Research (CPR), a divisão de inteligência em ameaças da Check Point Software.
O relatório da empresa aponta a América Latina como a região com o maior aumento de ciberataques semanais (62%) em julho de 2022. Uma das razões destacadas pelo estudo foi a transição para o aprendizado remoto durante a fase mais crítica da pandemia de COVID-19, ampliando a superfície de ataque e abrindo portas para cibercriminosos infiltrarem-se nas redes de ensino.
Como o setor da educação pode se proteger de ransomware?
O setor da educação possui uma das taxas mais altas de pagamento de resgate no último ano, em que mais da metade das instituições (56%) optaram por pagar. Um ataque de ransomware custa em média US$ 100 mil em pagamentos de resgate e outros US$ 2,7 milhões pelo custo total do ataque, de acordo com a Forbes.
Porém, pagar o resgate prolongou o tempo de restauração para as companhias vítimas dos golpes. Cerca 79% das instituições de educação que usaram backups se recuperaram em um mês. E o pagamento de resgate não garante que você terá seus arquivos de volta e nem impede de sofrer novos ataques.
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