Em meio à transformação digital nas empresas e aumento no número de ciberataques, a gestão de vulnerabilidades se mostra cada vez mais necessária.
Alguns números preocupantes:
- 60 bilhões de tentativas de ataques: Segundo o FortiGuard Labs, o Brasil registrou 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2023.
- Aumento de 8,86%: Em relação ao primeiro semestre de 2023, houve um aumento de 8,86% no número de ataques.
- Telecomunicações como alvo principal: O setor de telecomunicações sem fio foi o mais atingido, com um aumento de 142,47% em relação ao primeiro semestre do ano.
Junto a isso, empresas de diversos segmentos utilizam cada vez mais dados, dispositivos, aplicações e serviços digitais em seus modelos de negócio.
O gerenciamento de riscos, portanto, se revela um desafio urgente e necessário. Descubra neste artigo como realizá-lo adequadamente na sua empresa!
O que é a gestão de vulnerabilidades?
A gestão de vulnerabilidades é o processo de identificação, monitoramento e mitigação de fraquezas e ameaças diagnosticadas nos sistemas de uma organização.
Esse gerenciamento envolve a elaboração de diversas estratégias para proteger a rede e os dados que circulam na empresa contra riscos cibernéticos, como brechas de dados e ciberataques.
Quando o gerenciamento de riscos não é realizado, é muito mais provável que uma empresa sofra danos financeiros, patrimoniais, legais e de imagem.
Portanto, o objetivo principal de gerir vulnerabilidades é eliminar falhas antes que elas causem prejuízos ao negócio.
Esse tipo de trabalho é realizado por profissionais especializados em softwares, que avaliam, monitoram e tratam lacunas da segurança em locais como:
- Redes;
- Dispositivos;
- Softwares;
- Aplicações.
Alguns exemplos de vulnerabilidades em TI são falhas na configuração de softwares e erros na validação de dados e criptografia.
Por conta disso, o processo de prevenção contra riscos deve ter caráter ativo e principalmente preventivo, impedindo a ação de usuários mal intencionados ou hackers.
Felizmente, se comparado ao risco, garantir a gestão de vulnerabilidades é uma estratégia inteligente e de baixo custo para manter sistemas seguros.
Assumindo que um ambiente 100% seguro de ameaças é impossível, torna-se mais que necessário estabelecer um ambiente em que eles sejam controlados e mitigados de modo adequado.
Dessa forma, contribuindo diretamente para o crescimento da empresa ao longo dos anos.
Quais são os tipos de vulnerabilidades?
Como já dito, a gestão de vulnerabilidades é um processo contínuo e que exige acompanhamento especializado de perto.
Para compreender sua importância, é necessário entender melhor quais são as tais ‘vulnerabilidades’ combatidas.
A certificação internacional ISO 270000 estabelece as práticas adequadas para a implantação de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação nas empresas.
De acordo com ela, as vulnerabilidades são “fraquezas de um ativo que poderia ser potencialmente explorado por uma ou mais ameaças”.
Tais fraquezas podem surgir na concepção, implementação, configuração ou operação de um ativo ou controle.
Elas podem ser causadas por diversas fontes de vulnerabilidades, até mesmo as que não possuem intenção de causar dano aos negócios.
Abaixo, listamos as mais comuns entre elas:
Falhas humanas
Errar é humano. E justamente por isso, grande parte dos riscos dentro de empresas estão relacionados a erros por falta de conhecimento ou de atenção.
Mesmo assim, também existe a possibilidade de associação com atividades mal-intencionadas pelos colaboradores.
O principal motivo, no entanto, é a execução de arquivos maliciosos que enfraquecem sistemas e os tornam vulneráveis à perda de dados e arquivos.
Em outros casos, o descuido com senhas (criação de códigos fracos ou compartilhamento sem cautela) também contribui para o aumento de riscos.
Por conta disso, é necessário que os negócios se dediquem ao treinamento e conscientização dos colaboradores acerca da cibersegurança.
Dessa forma, garantindo que eles estejam preparados para exercerem suas atividades diárias alinhados à políticas de segurança.
Vale ressaltar que, na área de programação, falhas humanas podem estar relacionadas à criação de brechas em softwares.
Nesse caso, o mapeamento de riscos dentro da gestão de vulnerabilidades é fundamental para eliminar o problema com eficiência.
Software desatualizado
Outro grande problema bastante responsável pela exposição de empresas a vulnerabilidades é o uso de softwares desatualizados.
Segundo o Relatório de Ameaças da iBLISS, 92% das vulnerabilidades críticas de infraestrutura correspondem a falhas de atualização.
E em geral, muitas delas podem comprometer toda a infraestrutura de TI, causando grandes danos financeiros e de reputação às empresas.
O estudo também mostra que as falhas de atualização dizem respeito à questões como:
- Ausência de pacotes críticos de atualização e aplicações;
- Uso de versões não mais suportadas pelo fabricante;
- Complexidades no ambiente de TI de grandes empresas.
Com cibercriminosos cada vez mais capazes de encontrar brechas em programas, é preciso garantir que todos os softwares que rodam em sua empresa estejam em sua versão mais recente.
Assim, aumentando a proteção contra novos ataques capazes de driblar barreiras de outras versões de sistemas, por exemplo.
Para isso, é necessário que sua equipe de TI esteja atenta ao lançamento de novos patches do tipo bugfix.
Problemas de estrutura
Mesmo com uma operação segura de sistemas e softwares devidamente atualizados, problemas de nível estrutural ou de hardware ainda podem trazer riscos e vulnerabilidades.
Com a digitalização, muitas empresas precisam de uma infraestrutura de rede bastante complexa, com sites distribuídos, diversos aparelhos e usuários remotos.
Esse processo acaba gerando diversos desafios de gerenciamento e manutenção para as equipes de TI.
Afinal de contas, cada controle de segurança e servidor contém seu próprio sistema de gerenciamento e diferentes processos de configuração e interoperabilidade.
Essa realidade, somada à ausência de profissionais realmente qualificados, resulta em diversas lacunas que aumentam a chance de cibercrimes, como:
- Ausência de firewall, antivírus e backup;
- Servidores mal configurados;
- Falta de controle de usuários.
Devido a isso, é importante contar com profissionais especializados em gestão de riscos para o desenvolvimento de uma arquitetura adequada de segurança, como o SASE.
Ao adotar o Secure Access Service Edge (Borda de Serviço de Acesso Seguro), as empresas transformam a rede e a segurança de rede em uma única solução em nuvem.
Assim, fazendo com que todos os serviços de segurança necessários estejam mais perto dos usuários, se adaptando com base no nível de risco apresentado no momento.
Físicas e naturais
As fraquezas do tipo físico e natural têm a ver com o ambiente no qual a empresa está instalada.
No caso das vulnerabilidades físicas, o risco está relacionado ao perímetro da localização do negócio.
São incluídos fatores como: instalações, controle e permissão de acesso ao local, armazenamento de documentos etc.
Para mitigar os riscos, é importante estabelecer práticas de segurança, promover alterações no ambiente e limitar o acesso de alguns dados a determinados colaboradores de confiança.
Já as vulnerabilidades naturais são aquelas que qualquer estabelecimento físico está exposto, como: desastres naturais, quedas de energia, incêndios etc.
Nesse caso, apesar de não ser possível controlá-las completamente, cumprir com normas regulamentadoras (NRs) e criar planos de contingência é fundamental para diminuir prejuízos.
Qual é o papel da gestão de vulnerabilidades?
O papel principal da gestão de vulnerabilidades é detectar e corrigir falhas que possam colocar redes, sistemas, dispositivos e informações de uma empresa sob risco de ataque.
Para isso, é necessário criar mecanismos de segurança que garantam a identificação prévia de lacunas.
Com foco na melhoria contínua da estrutura de segurança, ela também deve contribuir para a mitigação de riscos e o monitoramento constante de sistemas.
É importante ressaltar que a gestão de vulnerabilidades vai muito além de uma atividade de scan ou análise de vulnerabilidades.
Enquanto o scan utiliza ferramentas para identificação de fraquezas, a análise consiste em uma atividade pontual para descobrir falhas de segurança em softwares ou hardwares.
Apesar de fazerem parte da gestão de fraquezas, essas ações têm perfil esporádico, não oferecendo soluções para a prevenção e correção dos problemas identificados.
Portanto, o uso isolado não configura a adoção de um gerenciamento de riscos em uma organização.
A importância da gestão de vulnerabilidades
Estabelecer uma gestão adequada de vulnerabilidades faz com que empresas se coloquem à frente de problemas que venham surgir.
Com esse processo, as avaliações são repetidas periodicamente, garantindo a identificação prévia e combate adequado de riscos.
Sabendo do alto nível de prejuízo que um ataque virtual pode causar em uma empresa, esse tipo de informação é valiosa.
No entanto, vale lembrar que um gerenciamento eficiente de riscos vai além dos sistemas, envolvendo fatores físicos e comportamentais.
Além de proteger o negócio como um todo, essa atividade aumenta a eficiência das áreas de TI, que cada vez mais têm sofrido com a sobrecarga operacional.
Como funciona a gestão de vulnerabilidades na prática?
Na prática, a adoção da gestão de vulnerabilidades inclui a adoção de processos contínuos que permitem ajustes e melhorias na cibersegurança.
Para isso, um conjunto de ações é demandado, envolvendo todas as áreas do negócio em etapas como:
- Identificação;
- Análise;
- Priorização;
- Aplicação de medidas preventivas e de redução de impacto;
- Tratamento de vulnerabilidades;
- Monitoramento de falhas, lacunas e possibilidades de ataque.
Durante o processo, uma das ferramentas mais utilizadas é o scanner de vulnerabilidades, um software que busca lacunas na segurança.
Com ele, é possível automatizar varreduras e monitorar continuamente uma rede ou sistema para validar a eficiência de estruturas e minimizar erros.
Ao final do escaneamento, são emitidos relatórios que devem ser analisados por profissionais de TI.
Dependendo do resultado, pode ser necessário realizar o chamado teste de invasão (penetration test), que detecta vulnerabilidades de forma ainda mais minuciosa.
Outra ação que pode ser incluída na gestão de vulnerabilidades é a adequação às certificações de cibersegurança para empresas, como a ISO 27001 e CSA+.
Também podem ser utilizadas ferramentas para identificação de malwares, monitoramento de redes, tratamento de falhas e gestão integrada da segurança da informação.
Além desses passos, é fundamental que haja a criação de diretrizes de segurança da informação a serem compartilhados com todos os setores.
Desse modo, respeitando as determinações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e evitando sanções de até R$50 milhões por seu descumprimento.
Depois de concluídas estas etapas, o ciclo de gerenciamento deve recomeçar, retomando a identificação e aplicação de medidas para redução de riscos ininterruptamente.
Afinal de contas, com ameaças e vulnerabilidades mudando e evoluindo a cada dia, a gestão de riscos deve ser constante para garantir de verdade a segurança da sua empresa.
Por que investir em gestão de vulnerabilidades?
A gestão de vulnerabilidades agrega diversos benefícios para as mais diversas organizações.
O principal deles, e mais óbvio, é o maior controle da estrutura de segurança.
Isso porque a prevenção constante tende a diminuir problemas como vírus, malwares e ransomwares, por exemplo, dando mais segurança para a organização como um todo.
Outra vantagem relacionada é a economia de tempo e dinheiro, já que não saber quais as suas fraquezas pode te deixar suscetível a ataques bastante prejudiciais.
Um exemplo conhecido é o da Uber, que sofreu com o vazamento de dados de 57 milhões de pessoas, entre usuários e motoristas, em 2016.
Além de desembolsar US$100 mil para os criminosos apagarem as informações, a empresa precisou pagar US$148 milhões aos cofres públicos por tentar esconder a invasão.
Com vulnerabilidades mapeadas, priorizadas e combatidas, além de poupar tempo do time de TI, você economiza dinheiro diminuindo a chance de crimes virtuais.
É impossível não citar que a gestão de vulnerabilidades, em tempos de transformação digital, representa um forte ganho de competitividade no mercado.
Com usuários cada vez mais no controle dos seus dados, empresas que oferecem garantias de segurança se tornam escolhas muito mais prováveis e relevantes em seu segmento.
Como fazer a gestão de vulnerabilidade de sua empresa?
Agora que você já compreende a importância de combater vulnerabilidades, é preciso entender como aplicar esse processo de gestão no seu negócio.
Antes de definir uma estratégia, é importante preparar o processo fazendo o levantamento de todos os dados relevantes sobre a sua empresa, como:
- Porte;
- Infraestrutura;
- Número de aplicações;
- Softwares e dispositivos utilizados;
- Modelo de negócio;
- Estrutura atual de segurança;
- Estratégia de armazenamento de dados.
Mapear essas informações ajuda a criar um inventário com todos os ativos a serem analisados e protegidos contra vulnerabilidades.
Com isso feito, chega o momento de mapear os riscos, sejam eles relacionados ao ambiente virtual ou físico da empresa.
Nesse momento, softwares que tratam e armazenam dados pessoais e financeiros exigem ainda mais atenção na varredura em busca de falhas de segurança.
Os resultados obtidos após a análise de vulnerabilidades precisam ser avaliados com cautela para que haja uma correta definição de prioridades.
É preciso avaliar quais os riscos que oferecem maior dano para muitas equipes e, por isso, demandam urgência no combate.
Tratando as vulnerabilidades
O tratamento ou combate das vulnerabilidades deve ser bem definido e estruturado a partir da brecha de segurança identificada e tipo de ameaça envolvida.
Em alguns casos, a atualização de softwares será suficiente para diminuir ou eliminar o problema através de patches.
No entanto, também pode haver a necessidade de adotar recursos de segurança adicionais, como ferramentas para proteger ambientes JavaScript, por exemplo.
Nesse caso, cabe à equipe de TI avaliar a situação e aplicar o que for necessário para preservar a integridade da empresa e seus clientes.
Treinamento e produção de relatórios
A fim de evitar que falhas humanas prejudiquem todo o processo, é preciso garantir que todas as equipes de trabalho entendam as boas práticas da segurança da informação e gestão de vulnerabilidades.
Para isso, ofereça treinamentos e orientações aos colaboradores quanto ao uso de equipamentos e softwares.
Posteriormente, para dar visibilidade às ações e resultados obtidos, é importante produzir relatórios.
Os relatórios devem ter a participação do time de segurança responsável pelos sistemas e identificação de vulnerabilidades.
Por envolverem um processo recorrente, eles podem ser usados de forma comparativa ao longo do tempo, além de oferecer informações úteis sobre o combate a determinados incidentes.
É importante lembrar que essa tarefa exige o trabalho de profissionais capacitados em segurança de dados, redes e dispositivos.
Ao invés de montar uma equipe de segurança interna, é possível economizar e garantir a eficiência da gestão terceirizando alguns dos serviços de TI.
A VIVA Security é especialista em segurança e privacidade de dados.
Nossas soluções de cibersegurança combinam recursos de prevenção, detecção e mitigação líderes de mercado.
Através do nosso serviço de Smart Assessment, verificamos diversos aspectos da sua empresa e te ajudamos a eliminar qualquer vulnerabilidade.
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Conclusão
Neste artigo, você entendeu o que são vulnerabilidades e como elas podem afetar o funcionamento e integridade de empresas dos mais diversos segmentos.
Para evitar prejuízos e dores de cabeça com ciberataques e vazamento de dados, comece agora mesmo a adotar a gestão de vulnerabilidades no seu negócio!
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